Indicação
Estava em casa procurando o que fazer e comecei a zapear o
netflix atrás de um filme que me interessasse.
Foi quando me deparei com um de nome estranho. “Já
não me sinto em casa nesse mundo”. Título longo. Chamou minha atenção.
Direção de Macon Blair. “Nunca ouvi falar”. Bom! Pensei : “vou dá um crédito de confiança. Se não me
agradar os quinze minutos iniciais, paro de ver e vou fazer outra coisa”. Simples
assim. Escureci o ambiente e dei play.
Confidenciando, sou um cinéfilo inveterado, daqueles que mesmo
o filme sendo uma bosta, vejo até o fim, só para exclamar: “ufa!, até que enfim terminou e não entendi o
que o diretor quis dizer”. Verdade.
Uma mulher de seus trinta anos mais ou menos sai da varanda,
silhueta um pouco cheiinha, “suculenta” como diz um sobrinho meu talvez por que
ele vê a mulher como um X-burguer, olha para o céu escuro. Uma música de fundo. Opa! Penso. Temos música
legal. Eu chego a sentir o que ela sente. Estou sendo observada. O seus olhos
nos diz isso. E quem embaixo desse céu de meu Deus, que nunca imaginou estar
sendo observado?
Por quem?
Extraterrestres, pensei. Isso aguçou
sobremaneira meu talento nato de
imaginar coisas. Outro ET? Era muita irresponsabilidade do diretor trazer
novamente esse tema.
Amanhece e ela descobre que alguém lhe havia visitado na
calada da noite e que furtara seu notebook e um talher de prata, herança de sua
avó. Isso talvez seja um signo criado pelo diretor para trazer o passado para o
presente. Tem carro antigo e tunado.
Aí é apresentado o perfil psicológico da personagem que é de
uma enfermeira que se auto medica, estabanada, solitária que chega ao cúmulo de
não xingar alguém que tenha o desprazer de contar-lhe o final do livro que está lendo. Mas são esses defeitos que nos aproxima e ficamos
torcendo para que tudo dê certo. Heroína de carne e osso.
E ela ainda faz a
pergunta que todos um dia fizemos ou faremos: “O que viemos fazer aqui no
mundo?”.
E o filme não explica claro.
Chamou minha atenção também à maneira como são os
personagens. Estranhos e diabólicos. Uns
tão prováveis que parecem saídos da vizinhança e outros tão inverossímeis, frios
e calculistas como saídos do game Gta da Rockstar. Só quem é game maníaco vai
entender. Matam sem motivo numa cidade cheia de bandidos. Mas isso é outra
história.
A partir daí o enredo nos vai levando num emaranhado de
situações hilárias, na medida certa de humor, suspense e piadas cretinas.
Ela vai atrás de seus pertences ao sentir que o estado,
representado pela polícia pouco faz. Se
sente impotente
Sentimos que é um filme policial, mas não espere ação
frenética tipo duro de matar nem grandes tiroteios. Tem isso também. Mas fala principalmente da solidão, da morte,
da falta de convivência e de como somos provisórios.
Isso regrado por uma ótima trilha sonora que vai desde o rock
and roll e country.
Não conto mais. Perde
a graça.
Não é primoroso, mas, quando subia as letrinhas esbocei um
riso, tipo ufa! Foi bacana. E fiquei ouvindo a musica até o the end.
Indico.