A banda
Cidade de interior era assim.
Em dia de festa uma banda surgia como por encanto numa rua e a meninada largava tudo que estava fazendo e a seguia.
Primeiro a percussão soava. Tum tum catibum!
A tuba acompanhava nos baixos. Pom pom pom! Parecia um elefante. O trombone. Os clarinetes.
Em minha infância eu não podia vê uma banda que a seguia por toda a rua de paralelepípedos. Vinha tocando um dobrado dos bons, “Batista de Melo “. As notas subiam e desciam em dó ré mi fá sol lá si dó.
Depois paravam no coreto da pracinha e ali era o epílogo. Mas, antes todos esperavam a moça da saia plissada de cor azul , esta nunca a esqueci, era o clímax, batia os pratos uma vez na frente e depois em três toques seguidos: em cima, às costas e embaixo da perna. Tlim tlim e tlim! Por último tocavam“Saudade eterna” e íam embora.