O artesão na solidão da criação escolhe a matéria, o barro.
Mil idéias na cabeça.
Molha a terra, põe para descansar a luz da lua,
No crepúsculo amassa, diluiu, acrescenta e vai dando forma.
Cilindros, esferas, triângulos, vai desenhando,
No final a obra. Arte semi-acabada, o que falta.
O artista necessita dá alma a sua arte.
Faz o perfil físico- psicológico.
Sopra-lhe no rosto. Eis o homem.
Que abre os olhos e anda.
De quatro.
Observa a obra completa.
O artista nunca está satisfeito.
No mesmo minuto que para os deuses são séculos,
Corta e acrescenta na obra.
Olha de longe, olha de perto. Observa.
Agora o homem anda ereto.
Não satisfeito por certo,
Cria de várias cores e aspectos,
E no seu interior, bem nas células,
O grande segredo das espécies.
Orgulha-se do que faz.
Obra e criador se misturam.
Conhece-se o autor pela obra?
Ou a obra sobrepuja-se ao autor?
A sua semelhança.
Quando o homem se vai,
Resta ao autor olhar as mãos
sujas de barro.
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