Protegidos em nossas casamatas.
Olhos eletrônicos vigilantes, cercas elétricas.
O olhar no exterior, carros passando,
Luzes e estrelas cintilantes.
Na esquina um homem espera qualquer coisa.
Talvez algo com hora marcada.
Súbito outros dois surgem.
Um assalto.
Ele implora que não o mate.
Vemos em seus olhos,
Desesperados,
No zoom da câmera,
O medo e a derrota.
Emoção ao vivo e a cores,
Enquanto roemos as unhas, nos roem os intestinos
As bactérias, os cancros.
Nossas células se multiplicam,
Nosso cérebro deteriorado.
Um tiro fura a noite,
Sem dó nem piedade.
Cai o homem.
Os outros fogem.
A noite fria.
Nada para chorar...
Desligamos a câmera e vamos dormir exausto.
Morremos cada dia perdido.
Vivemos o experimento de uma morte futura
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