Veleidade
Como
arquitetar versos em universo tão perverso?
Confesso que
No afazer
do poema,
Ao sentar-me ante a janela,
Desejo sempre construir o belo,
O romanesco,
O singelo.
Mas o que vejo no externo?
Flagelos...
Flagelos... Flagelos...
Por isso o
verso nasce assim, torto,
Quase morto.
Sem cadência,
Como uma forte rajada de vento,
Tiro de metralhadora estridente,
Abatendo inocentes,
Palavras que surgem erráticas,
De um antigo dicionário.
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