Zoom
Protegidos em casamatas.
Olhos eletrônicos vigilantes,
cercas elétricas.
O olhar no exterior, carros
passando,
Grande cidade, metrópole
Luzes e estrelas cintilantes.
Na esquina um homem espera.
Olha para os lados assustado
Talvez algo com hora marcada.
Súbito outros dois surgem.
Um assalto.
Ele implora que não o mate.
Vemos em seus olhos,
Desesperados,
No zoom da câmera,
Vemos o medo e a derrota.
Emoção ao vivo e a cores,
Protegidos roemos as unhas,
Enquanto nos roem os intestinos
As bactérias, os cancros.
Nossas células se multiplicam,
Nosso cérebro deteriorado.
Um tiro fura a noite,
Sem dó nem piedade.
Cai o homem.
Os outros fogem.
A noite fria.
Nada para chorar...
Desligamos a câmera e vamos
dormir.
Morremos todo dia no experimento pessoal
De morte futura.
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