Vem cá fé
Num encontro de pastores
dois conversavam em separado, a respeito de seus ministérios. Eles eram
daqueles que a obra era menos importante que o dinheiro. Mas isso só Deus
sabia, pois eles enganavam os justos muito bem.
-Você sabe pastor Abílio que temos
diariamente vários pepinos para resolver não é?
-Claro Pastor Alfredo, o mesmo digo
eu em meu salão.
-Pois bem Disse Abílio, vou contar o
último caso.
-Que tens agora de bom, sorriu o
Pastor Abílio.
Ambos se aproximaram mais
e a conversa correu solta.
– Você conhece Arnaldo aquele cadeirante,
que sonha em andar de novo?
-Sim!
-Pois bem, ele apareceu no meu salão
e eu estava no início, tinha aberto a igreja aqueles dias...precisando de
dinheiro, você sabe...aluguel, obras, essas coisas consome muito não é?
Pastor
Abílio não respondeu, apenas acenou com a cabeça.
-E aí ele chegou com a história dele
e eu impetuosamente prometi que ele ia
andar, bastando para isso colocar no nome da igreja a pequena casa que ele
vivia. Veja que loucura!
-Continua.
- Ele topou na hora, sabe como são
essas pessoas de fé...eu quase não acreditei! Mas era uma grande oportunidade
de pagar todas as dívidas, entende?-Mas o que mais me chamou a atenção... os
olhos pastor. Se encheram de lágrimas... o dele claro... e esperança! Brilharam.
– Continua.
– E ele vinha descrente de tudo, da ciência
principalmente... e você sabe é nessa hora que temos a oportunidade...Quando
ele me entregou a escritura da casa vi que ele tinha chorado... Mas o brilho no
olhar permanecia. E isso tudo me alegrava pastor, a fé que ele tinha sua inocência...
Precisava vê... E é aqui que nós aproveitamos.
– Quanta frieza - disse o pastor
Abílio. Deu uma risada. Segurou na barriga com as duas mãos, pois o riso
causava-lhe dores.
-Melhor, continuou pastor Alfredo,eu
fui dia a dia vendendo todas as coisa possíveis no salão: Água milagrosa do Jordão, terra onde Jesus caminhou na
palestina, areia do deserto, madeira da cruz e até veja só, um vidrinho vazio
onde eu digo que tem dentro o ar que Ele respirou.
-E a mulher dele o que diz disso
tudo?
-A mulher falou o que todos falam: Que
melhor a saúde que o dinheiro! Que com saúde se pode trabalhar e recuperar
tudo, já sem saúde fica difícil. Os olhos dela bem abertos, embora estivesse
escuro para ver. No dia do descarrego eu falei que Deus estava olhando para
eles naquele momento, que a energia era forte sobre eles, que a salvação no fim
viria numa grande luz incandescente...
-Mas você não tem nenhum temor a Deus?
-Eu oro em silencio, Pastor, pedindo
perdão... Mas eu disse-lhe, Deus devolverá teus movimentos, e agora tenha fé,
ande até aqui...
-Ele andou?
-Tentou com todas as suas forças, mas
quando soltou as mãos caiu por terras chorando.
- E você, o que disse seu parvo?
-Ora ora! Disse aos brados! Homem de
pouca fé! E o levantei. Pedi para ele orar mais e que voltasse na semana
seguinte.
– E se Deus te castigar?
-– Oro muito para Deus. -Disse na ocasião à mulher:
“Vai e
leva ele contigo. Fá-lo jejuar por sete dias. Fá-lo levantar cedo todo dia e
tentar mexer os dedos. A fisioterapia ajuda bastante quando não se tem tanta fé
eu disse por fim.
-E a mulher concordou com tudo?
-Cegamente pastor!
-E ele curou-se?
-Estamos na luta pastor, oramos bastante e
ele teve avanço.
-Que avanço ele teve?
-Num outro dia ele fez sua declaração
em frente ao povo de Deus! Que uma certa manhã ele acordou sentindo um leve
formigamento no dedo médio do pé esquerdo. E todo o povo gritou: Aleluia!
Aleluia! Glória a Deus!
Ambos
caíram na gargalhada.
-Você não presta! Mas me diz aí
pastor Abílio, como termina essa história?
Eles
se tornaram os melhores dizimistas da congregação.
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