A mariposa
Pela rua triste e escura e silenciosa
Vem uma mulher
Segura de sua insegurança
No feitio de sua sombra
Magrinha, uma penumbra
Quando pára debaixo do poste
E se vê iluminada pelas luzes de neon as mesmas que
Ludibriaram as mariposas.
As casas escoradas uma nas outras para não ruirem,
Ela espera o cliente chegar
Sem alarde olhando para o chão branco de mariposas caídas. Todas perderam as asas
Não voam mais em liberdade
Em direção a luz que a iludiu
E que a largartixa encheu o buxo
Com regalo
Ela vende o prazer
Que ousa dar
Com seus braços delgados
Os seus olhos tristes
Que vêem o brilho das estrelas
Num céu longe, muito longe.
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