domingo, 28 de julho de 2013

A fita


Foto do site: http://maquinadecinema.blogspot.com.br/2013/05/lanternas-carvao-de-antigos-projetores.html





Apaga-se a luz.

As roldanas giram.

Semelhante ao relógio ou ao som de um trem.

A imagem atravessa as lentes

E se agigantam na tela branca

A imensidão aparece como num sonho,

Cheiro de pipocas e balas,

Meu coração quase pára de supetão

E a máquina vai engolindo a fita

E junto vai minha alma, e no escuro

Ávido, busco tua mão. Fria e úmida.

Beijo-te com sofreguidão de mocinho,

Que na fita, bem no fim,

Morrerá por amor.

E assim, vamos embora calados,

Com essa realidade infeliz,

De coisas perdidas.