sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Indicação

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Estava em casa procurando o que fazer e comecei a zapear o netflix atrás de um filme que me interessasse.
Foi quando me deparei com um de nome estranho.  “Já não me sinto em casa nesse mundo”. Título longo. Chamou minha atenção.
Direção de Macon Blair. “Nunca ouvi falar”.  Bom! Pensei :  “vou dá um crédito de confiança. Se não me agradar os quinze minutos iniciais, paro de ver e vou fazer outra coisa”. Simples assim. Escureci o ambiente e dei play.
Confidenciando, sou um cinéfilo inveterado, daqueles que mesmo o filme sendo uma bosta, vejo até o fim, só para exclamar:  “ufa!, até que enfim terminou e não entendi o que o diretor quis dizer”. Verdade.
Uma mulher de seus trinta anos mais ou menos sai da varanda, silhueta um pouco cheiinha, “suculenta” como diz um sobrinho meu talvez por que ele vê a mulher como um X-burguer,   olha para o céu escuro.  Uma música de fundo. Opa! Penso. Temos música legal. Eu chego a sentir o que ela sente. Estou sendo observada. O seus olhos nos diz isso. E quem embaixo desse céu de meu Deus, que nunca imaginou estar sendo observado?  
 Por quem? Extraterrestres, pensei.  Isso aguçou sobremaneira  meu talento nato de imaginar coisas. Outro ET?   Era muita irresponsabilidade do diretor trazer novamente esse tema.
Amanhece e ela descobre que alguém lhe havia visitado na calada da noite e que furtara seu notebook e um talher de prata, herança de sua avó. Isso talvez seja um signo criado pelo diretor para trazer o passado para o presente.  Tem  carro antigo e tunado.
Aí é apresentado o perfil psicológico da personagem que é de uma enfermeira que se auto medica, estabanada, solitária que chega ao cúmulo de não xingar alguém que tenha o desprazer de contar-lhe o final do livro que  está lendo.  Mas são esses defeitos que nos aproxima e ficamos torcendo para que tudo dê certo. Heroína de carne e osso.
 E ela ainda faz a pergunta que todos um dia fizemos ou faremos: “O que viemos fazer aqui no mundo?”.
E o filme não explica claro.
Chamou minha atenção também à maneira como são os personagens.  Estranhos e diabólicos. Uns tão prováveis que parecem saídos da vizinhança e outros tão inverossímeis, frios e calculistas como saídos do game Gta da Rockstar. Só quem é game maníaco vai entender. Matam sem motivo numa cidade cheia de bandidos. Mas isso é outra história.
A partir daí o enredo nos vai levando num emaranhado de situações hilárias, na medida certa de humor, suspense e piadas cretinas. 
Ela vai atrás de seus pertences ao sentir que o estado, representado pela polícia pouco faz.  Se sente impotente
Sentimos que é um filme policial, mas não espere ação frenética tipo duro de matar nem grandes tiroteios. Tem isso também.  Mas fala principalmente da solidão, da morte, da falta de convivência e de como somos provisórios.
Isso regrado por uma ótima trilha sonora que vai desde  o  rock and roll e country.
Não conto mais.  Perde a graça.
Não é primoroso, mas, quando subia as letrinhas esbocei um riso, tipo ufa! Foi bacana. E fiquei ouvindo a musica até o the end.
Indico.