sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

A banda

  A banda 


Cidade de interior era assim. 


Em dia de festa uma banda surgia  como por encanto numa rua e a meninada largava tudo que estava fazendo e a seguia.

    Primeiro a percussão soava. Tum  tum catibum!

A tuba acompanhava nos baixos. Pom pom pom! Parecia um elefante. O trombone. Os clarinetes. 

   Em minha infância eu não podia vê uma banda que a seguia por toda a rua de paralelepípedos. Vinha tocando um dobrado dos bons, “Batista de Melo “. As notas subiam e desciam em dó ré mi fá sol lá si dó.   

    Depois paravam no coreto da pracinha e ali era o epílogo. Mas, antes todos esperavam a moça da saia plissada de cor azul , esta nunca a esqueci, era o clímax, batia os pratos  uma vez na frente e depois em três toques seguidos: em cima, às costas e embaixo da perna. Tlim tlim e tlim! Por último  tocavam“Saudade eterna” e íam embora.