sábado, 4 de maio de 2013

Criação








O artesão na solidão da criação escolhe a matéria, o barro.

Mil idéias na cabeça.

Molha a terra, põe para descansar a luz da lua,

No crepúsculo amassa, diluiu, acrescenta e vai dando forma.

Cilindros, esferas, triângulos, vai desenhando,

No final a obra. Arte semi-acabada, o que falta.

O artista necessita dá alma a sua arte.

Faz o perfil físico- psicológico.

Sopra-lhe no rosto. Eis o homem.

Que abre os olhos e anda.

De quatro.

Observa a obra completa.

O artista nunca está satisfeito.

No mesmo minuto que para os deuses são séculos,

Corta e acrescenta na obra.

Olha de longe, olha de perto. Observa.

Agora o homem anda ereto.

Não satisfeito por certo,

Cria de várias cores e aspectos,

E no seu interior, bem nas células,

O grande segredo das espécies.

Orgulha-se do que faz.

Obra e criador se misturam.

Conhece-se o autor pela obra?

Ou a obra sobrepuja-se ao autor?

A sua semelhança.

Quando o homem se vai,

Resta ao autor olhar as mãos

sujas de barro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário