terça-feira, 12 de novembro de 2019

Fim








                                           Fim



Creio que seja a primeira vez que leem algo começado pelo fim. Quis fazer dessa forma porque esta história veio assim sem pé nem cabeça e seu desenrolar vai parecer para o leitor  incauto, uma piada de mau gosto, mas não é. Essa historia acontece nos lares, isto não tenho nenhuma dúvida.

Todos os casais passam por três fazes distintas que são:

A fase da lua de mel onde tudo é perfeito e doce.
A fase lua de fel onde tudo é defeito e amargo.
A fase  de eclipse onde não há lua, nem luz no fim do túnel.

É nessa fase que encontramos Seu Artur e Dona Margarida.
Ambos aposentados e sós. Os filhos já vieram e foram; os netos vieram e cresceram;
 Enfim o lar era um ninho vazio.
Só restou a implicância um com o outro.
          -Artur você já notou que parece um pato?
          -Como assim?
         -Aonde você vai deixa tudo molhado. Se escovares a dentadura deixa o lavabo todo molhado, se usa o vaso, o vaso fica todo molhado... E não é só isso... Agora de uns tempos para cá ronca e solta gazes na maior altura...
       -Não ronco querida!
      -Qualquer dia eu gravo tudo com o celular e posto no youtube para todo mundo vê! Você sabe como são as redes sociais. Destrói qualquer  vida mesmo a quase  perfeita. Imagine a sua que é só defeito.
O velho ficou quieto. Ele tinha lá suas reclamações também.
Ele sempre reclamou dela, de deixar o tapete bem junto da escada. Um tropeço e quebraria o pescoço. Ou as muitas  vezes que ela errou no sal, sabendo que era um veneno para ele.
Ou ele comprar aquele maravilhoso pudim e deixar a mostra bem perto da água na geladeira sabendo que ela era diabética.

Imaginem o que duas pessoas sozinhas que se odeiam(elas se conhecem demais para ter algum amor), morando na mesma casa, dormindo na mesma cama são capazes de fazer?  Solte a imaginação leitor. Com certeza suas histórias serão bem mais diabólicas do que a dos escritores, isto tenho certeza, pois os escritores muitas vezes ficam temerosos de colocar no papel o que pensam, com receio de se mostrar. Sim. Os escritores além de serem  tementes a Deus odeiam os críticos. Tem uns que usam codinome, heterônimos ou até fazem trabalhos anônimos para se esconder.
Vou deixar aqui embaixo um espaço para vossos desenvolvimentos.
Sejam criativos.




O certo é que os velhos foram dormir e nunca mais acordaram. Esqueceram o gás ligado.





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